domingo, 18 de março de 2012

O IronButt!!!!

Agora sim, O Relato, perdoem os erros...


IronButt SaddleSore 1000 milhas

Bom, vou tentar relatar com a maior riqueza de detalhes toda a estória entre ter conhecido a IronButt Association e a realização do SaddleSore 1000 Miles.

Eis que, se não me engano, no meu aniversário em 2004 ou 2005, fui presenteado com o um livro chamado “A Arte de Pilotar o Medo”, de Álvaro Larangeira Teixeira (em memória).

Neste livro, o Álvaro, junto com outros amigos, resolveu realizar a primeira prova Coast-to-Coast da América Latina, também se não me engano. O livro então narra desde os preparativos até a finalização da viagem entre Tramandaí – RS e Valparaíso – Chile. Na época, o presidente da IBA veio ao Brasil para realizar esta prova, que foi realizada em 50 horas.

Visto toda a preparação, realização e término do desafio, fiquei intrigado com a tal da Associação Bunda-de-Ferro, com isso comecei a pesquisar sobre o assunto até encontrar o site da IBA (www.ironbutt.com) e ter acesso aos demais desafios propostos pela Associação.

Nesta época, 2004/2005, eu ainda estava sem a Harley e aguardando a compra da mesma para poder realizar a prova.

Alguns anos depois, mais ou menos em 2008/2009, um amigo de trabalho também comprou uma moto e acabamos por começar a andar aos finais de semana. Entre uma motocada e outra (peguei o termo do Piréx em www.pirex.blog.br) acabei comentando o Cristiano (GSX-F) sobre os tais desafios do IronButt. Pronto, arranjei um parceiro pra fazer as provas...

Algumas hérnias de disco depois, filhos e etc..., em 2011/2012, o projeto começou a tomar corpo, sendo então definido trajeto, horários, datas e etc... Além da entrada de mais um elemento para a realização do desafio, o Bruno (VSTROM), o qual ajudou muito na organização da rota. (torcendo para que o Bruno não vendesse a moto 2 dias antes, de novo.)

Feito isso, eu, Eduardo (RoadKingClassic), comecei uma série de preparações para realizar o SaddleSore, desde academia (coisa que já faço normalmente), passando por passeios cada vez maiores  até a assinatura da revista da IBA.

Começamos, o Cris e eu, a realizar tiros mais longos e com paradas um pouco mais programadas. Sendo assim, começaram os tiros de 300, 350, 450, 500 e 650Km... parando apenas para lanches e abastecimento.

Isso ajudou muito a conhecer o comportamento da moto e do corpo em períodos mais longos em cima da mesma. Além disto, ajudou também na escolha da roupa para realizar o desafio. Eu acreditava que roupas mais folgadas eram mais confortáveis, e até são, desde que não sejam muito folgadas , a ponto de cansar o corpo com o atrito com o vento. Então usar roupas do tamanho certo ajuda muito. (sim parece bobagem, mas faz diferença)

A parte da leitura das edições da IronButt Magazine foi muito importante, pois ali temos vários relatos sobre o que deve ou não ser feito em provas de longa distância.  As matérias falam MUITO sobre gerenciamento de tempo, riscos e sono por exemplo. Além de trazer acessórios que podem ajudar em uma empreitada destas.

O ponto mais importante da leitura foi tomar ciência de que temos que conhecer nossos limites e não os ultrapassar. Sim, podemos desistir a qualquer momento e isto tem que ser a primeira coisa em nosso planejamento. Eu encarava este primeiro IronButt como o primeiro treino, e que, se tudo desse certo, eu finalizaria o desafio. Já que um dos elementos, o Bruno, já estava bem acostumado com longas distâncias.

Entusiasmo não substitui preparação!!!!

Mais uma vez: Entusiasmo não substitui preparação!!!!

Vale salientar que isto é tratado como um esporte, e não como passeio, por isto tantas matérias sobre os riscos envolvidos, pois, assim como todo esporte, este também possui seus riscos.

Ao término da leitura das 7 últimas edições da IB Magazine, vi que trata-se muito mais de um rally de regularidade do que de velocidade. Pois precisamos é gerenciar bem nosso tempo, para então mitigar riscos e terminarmos a prova com segurança.

Para se ter idéia, se mantivermos média geral de velocidade (movimento + paradas) em 70Km/h conseguimos terminar o SaddleSore 1000 miles dentro das 24horas.

Outras importantes fontes também foram utilizadas, como, por exemplo:

- falar com as pessoas que já realizaram aqui no Rio Grande do Sul esta prova (tem como gerar uma lista no site da IBA);
- a página do Mazzo (http://www.mazzo.net.br/motocadas/ironbutt/); e
- o site da IBA.

Isto faz com que consigamos obter mais experiência sobre as diversidades que podem acontecer ao longo da prova.

Bom, partindo para a parte prática, após discutirmos sobre o trajeto, escolhemos o seguinte roteiro:

Porto Alegre -> Capão do Leão  -> Bagé -> Rosário do Sul -> Uruguaiana -> São Borja -> São Luiz Gonzaga -> Tio Hugo -> Porto Alegre.

(Aqui no RS, pela proximidade e qualidade das rodovias do Uruguai, muitos realizam a prova fazendo um bate-e-volta até Mondevidéo.)

A IBA tem uma, digamos, preferência, por caminhos que não sejam repetitivos, como por exemplo, escolher uma reta de 250Km e fazer disto um circuito. Na página no Mazzo pode-se encontrar uma série de dicas para criação do trajeto.

Decidimos, o Bruno e eu, sim o Cris acabou não indo, sairmos sábado (10/03) às 22:00. Este horário foi o que a maioria das pessoas que realizaram a prova me sugeriu, pois estaríamos “ligados” para viajar a noite e com isso terminaríamos a prova quando estive para anoitecer, por volta das 18/19 horas de domingo (11/03). E isto funcionou muito bem, pois pegamos uma noite muito clara e com temperatura por volta dos 20 graus. Além disto, fez com que o trajeto de Porto Alegre até Rosário do Sul fosse muito bem aproveitado.

Bom, em cada uma destas cidades fizemos abastecimento, sendo que, em 4 delas (Rosário do Sul, Uruguaiana, São Borja e Tio Hugo) realizamos uma parada para descansar.

Por ser a primeira vez que estávamos fazendo uma viagem tão longa (com paradas reduzidas quanto ao tempo) e tínhamos um target quanto ao tempo (24 horas), acabamos cometendo um equívoco na definição das paradas. Acabamos colocando pernas maiores do que 250Km. Sim, andar 250Km sem parar é tranquilo, mas não depois de 1000Km parando somente para abastecer.

Por isto, tenham em mente fazer pernas maiores do que 150Km e menores do que 200Km. Mesmo sendo paradas de 15 minutos, a caminhada entre a bomba de combustível e o caixa para pagamento ajuda, e muito, a esticar as pernas. Por isto, mais paradas na próxima vez hehehehe

Ok, definido então o trajeto e horário de saída, como é feito a comprovação das 1000 milhas (ou 1610 Km) em 24 horas?

Simples, com o horário do comprovante do abastecimento.

Eu fiz de 4 formas, sendo que a última é um “plus a mais adicional”, sendo elas:
- foto do odômetro total na largada;
- pegar todos os recibos do abastecimento; (não eh o comprovante do cartão de crédito)
- foto do odômetro total na chegada; e
- tracking pelo GPS.

Além disto, fiz o preenchimento de uma planilha que fiz no Excel, com:
- local da parada;
- odômetro total;
- o odômetro parcial A; (que eu zerava a todo abastecimento)
- quantidade de combustível; e
- hora/data.

Dito isto, e sobre alimentação?

Levei 1,5 litro de Gatorade, 1,5 litro de Myoplex (aquele WheyProtein pronto pra beber), bananas e barras de proteína.

Onde paramos para descansar, acabei comendo em duas oportunidades uma torrada (misto quente) e uma coca-cola.

Bom, a chegada foi bem tranquila, sim muito cansado, mas tranquila.

Ao chegar em casa, acredito que cometi o maior erro de todos. Como estava muito quente, resolvi tomar um banho gelado. Bom, acontece que juntou o cansaço físico, mental e a tensão da viagem que, após o banho, comecei a ter câimbras e movimentos musculares involuntários pelo corpo inteiro. (sim, bem coisa de fresco, fazer o que hehehehe)

Após receber atendimento médico e verificar que batimentos, temperatura, pressão  e glicose estavam OK, a médica sugeriu um banho quente ou sauna (que de fato resolveram o problema) e massagem. Sim o cagaço foi grande hehehehehe

De resto foi tudo tranquilo... acabou servindo para descobrir algumas coisas sobre o modo mais seguro de viajar longas distâncias.

Agora é hora de imprimir a papelada e esperar a plaquinha para colocar na moto...

De resto era isso gurizada...

Alguns links:

http://i1154.photobucket.com/albums/p535/duduzaohd/IronButt/DSC06329-Cpia.jpg (GPS)
http://i1154.photobucket.com/albums/p535/duduzaohd/IronButt/2012-03-10_21-47-03_985.jpg (Odômetro Inicial)
http://i1154.photobucket.com/albums/p535/duduzaohd/IronButt/DSC06330.jpg (Odômetro Final)

Até videozin teve http://s1154.photobucket.com/albums/p535/duduzaohd/?action=view¤t=MOV06323.mp4

O mapa: http://g.co/maps/5mtf9


[]´s  Duduzão.

3 comentários:

  1. Que troço bagual, gurizada. Bacana vocês terem enfrentado essa guerra. Parabéns pela vitória. Agora vem o coast-to-coast? Baita abraço!

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  2. Boa tarde Duduzão,
    Quanto às perguntas que fez em meu blog:
    Sim, é seu nome mesmo que deve colocar no cabeçálio do Log;
    Sim, paguei com Pay Pal, todas as vezes.
    Qualquer dúvida estou por aqui,
    Abração e parabéns!
    André Carrazzone

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    Respostas
    1. Bah, André, valeu mesmo! :D

      Só mais uma pergunta, é que o Mike (IBA) e a Donna (IBA) ainda não responderam meus mails.

      Primeiro eu submeto a documentação e depois eles me enviam a solicitação de pagamento via paypal?

      No mais era isso che.

      Obrigado.

      []´s Duduzão

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